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  • Foto do escritorLucimara da Silva Corrêa

Resumo do livro "A Poesia Modernista Catarinense das décadas de 40 e 50" de Valdézia Pereira (partes

Resumo do livro “A Poesia Modernista Catarinense das décadas de 40 e 50” de Valdézia Pereira (parte I – até o item 2.1)


No período de 1920, em Santa Catarina, foi criada a Sociedade Catarinense de Letras, mais tarde conhecida como Academia Catarinense de Letras, ela era voltada para o Parnasianismo. Pouco realizou literariamente e não abraçou a cultura do país, mostrando um atraso cultural e artístico. Para Lina Leal Sabino, isso poderia ter acontecido devido a um isolamento geográfico e cultural dos intelectuais catarinenses em relação aos paulistas. Já Celestino Sachet afirma que o Modernismo passou por Santa Catarina e teve alguma repercussão, mesmo que diluída numa crítica de valores alheios.

Na década de 30, a literatura catarinense prosseguia ainda sem indícios de renovação. Possíveis razões para essa resistência às transformações literárias e artísticas que estavam ocorrendo no Brasil seriam certa desorientação em relação ao movimento modernista; a ausência de novos intelectuais capazes de interferir; o fortalecimento de uma elite que prestigiava as questões político-partidárias e não queria dividir esse espaço com outras tendências culturais, filosóficas e ideológicas.

Mais tarde, na década de 40, alguns intelectuais discutiam sobre o que vinha sendo cultivado pelos “homens das letras” e compreendiam como uma literatura que não era mais aceitável. Com isso, surge em 1947, o Grupo Sul, que era basicamente um estágio de transição do Parnasianismo para o Modernismo em Santa Catarina. Esse grupo era integrado por jovens, intelectuais, escritores e artistas ligados ao teatro, ao cinema e às artes plásticas desde o início dos anos 40. Jornais foram publicados com os ideais da nova mentalidade artística e literária. Eram eles, a “Folha da Juventude” e “Cicuta”. Era quase óbvio que essas publicações provocariam um repúdio por parte daqueles que refutavam o Modernismo, e provocaram. Um ano depois, as publicações tiveram ainda mais força com a criação da “Revista Sul”.

O Grupo Sul contribuiu para romper com os laços de atraso cultural no estado, alcançando as tendências atuais. Os poetas do Grupo Sul, apresentaram-se vinculados aos “termos eternos da poesia”: vida, amor, morte, tempo. Em Antônio Paladino, a problematização existencial e social tem a reflexão constante de suas circunstâncias de “ser vivente, cultural e social”. Aníbal Nunes Pires, ao confrontar homens, perdas, valores, dispõe de instâncias temporais concretas articuladas ao tempo da consciência e da existência de si e dos outros. Grande parte da poesia de Walmor Cardoso da Silva atinge as feições de uma musa amada, feita e desfeita ao teor da imaginação, identificada com o lírico-amoroso. Além desses poetas, também outros partilharam, com a poesia do Grupo Sul, muitas dessas características. Os poetas do Grupo Sul trouxeram ainda, nos seus feitos, os aspectos sociais como meio propagador da inquietação da arte e seu compromisso como o homem e o mundo. Eglê Malheiros e Aníbal Nunes Pires conseguem projetar-se como escritores compromissados em apresentar a poesia como instrumento de luta, de construção, de denúncia, enfim, como objeto a serviço da humanidade. A poesia foi, para a maioria dos poetas do Grupo Sul, uma necessidade de manter uma relação aberta com a vida na plena liberdade de alcançar, comunicar algo que, no momento de sua concretização, é o realizar-se do próprio homem. Souberam, esses poetas, aliar as conquistas estéticas do Modernismo ao dizer poético compatível com sua própria realidade.





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